O caos do pensamento..
Por breves momentos sucumbi.
Entre o cansaço e o desalento,
a saída é fazer valer a pena,
e sei que vai valer..
Prayers for Bobby 2009. "Estou afundar-me lentamente num vasto lago de areia movediça. Um poço sem fundo. Quem me dera poder rastejar para debaixo de uma pedra e dormir para sempre. Ninguem me entende. Ninguem nesta casa consegue aceitar o meu lado da história. Posso sentir os olhos de Deus olhando para mim com pena. Eu não posso deixar ninguém descobrir que não sou hétero. Seria tão humilhante. Os meus amigos iriam odiar-me.. A minha familia, já os ouvi várias vezes, disseram-me que odeiam os gays, e que até Deus odeia os gays. Assustam-me quando falam assim, porque agora estão a falar sobre mim...Eu não quero escolher o pecado. Não quero. Estou tão irritado e frustrado com Deus. Parece que estou no fim do caminho. 30 de Maio. Churrasco do diada Memória. Diverti-me. A mãe mostrou o seu lado doce e engraçado.. como a antiga mãe. Por um segundo pareceu como nos velhos tempos..Ela sorriu de algo que eu disse, e eu vi nos seus olhos, que por um segundo ela esqueceu o que realmente pensa de mim... Às vezes eu gostaria de desaparecer da face da Terra."


Estas palavras, são palavras reais escritas em um diário, por um estudante, jovem gay de 16 anos. Seu nome era Bobby Griffith, e o seu desespero era tal que aos 20 anos de idade, suicidou-se, atirando-se abaixo de uma ponte. A história dessa tragédia real ocorrida em 1979, virou um filme transmitido para a TV Americana "Prayers for Bobby", já anteriormente detalhada em 1995 no livro “Prayers for Bobby: A Mother's Coming to Terms with the Suicide of Her Gay Son”, da jornalista (e ativista da causa gay) Leroy Aarons. Não sei se vai chegar a Portugal, ou se tão pouco a DVD. Contudo, se procurarem pela net, vão conseguir concerteza encontrar o filme.
Vi ontem o filme. é fenomenal, comovente em muitos dos momentos. Tenho que comentar obviamente a actuação e interpretação de Sigourney Weaver. Simplesmente Fantastica. No filme é Mary, mãe de Bobby, seguindo religiosamente a biblia, condena seu filho pela sua orientação sexual. Após o suicidio de Bobby, vemos a “evolução” de um ser humano, pois, aos poucos Mary acaba por descobrir o que é ser realmente homossexual, vê que se encontrava enganada. Arrepende-se, culpa-se pela morte de seu filho, acabando mesmo por entrar na luta contra o preconceito que ela mesma tinha. Mais não digo, aconselho vivamente a verem o filme.




Vou tirar uma fotografia a um momento perfeito de um sonho perfeito, e forrar a parede da minha alma. Captar vários ângulos, várias cores, bruscas, fortes. Despojar-me de futilidades e construir um novo eu, fazer de conta que o sonho é real, e que na realidade os momentos conseguem ser assim tão perfeitos quanto o quadro das cores que capto em flash momentâneo.
Humm.. Por vezes, encontro-me a vaguear pelo desconhecido, a construir castelos de palavras, de coisas novas na minha cabeça. sim as palavras voam no meu pensamento, atropelam-se umas ás outras, centenas de letrinhas que formam palavras e estas frases mirabolásticas que me deixam de boca aberta. as palavras descem directamente para a ponta dos meus dedos... olho para algo ou alguém que passa, um desconhecido ou conhecido e surgem-me imensas ideias, imagens, pinturas, pensamentos, fantasias. construo caminhos paralelos que se cruzam, bifurcações entre curvas e contra curvas de palavras que circulam em excesso de velocidade. Pego em uma caneta e num papel e com uma só linha chego á lua, digo-lhe olá sem interrupções ou paragens, sem stops sem semáforos, livre na circulação do que escrevo. Faço malabarismos de sensações e emoções, escrevo o sorrir o chorar o gritar ou o amar, escrevo com o azul da minha caneta bic que se acaba. Linhas, apenas linhas de uma caneta que se gasta a cada dia que passa..
Nunca me tinha apercebido que podia ser tão fraco. Ao longo dos tempos vamos camuflando as nossas fraquezas, tornando-nos imbatíveis, mas nestes momentos não existe cápsula que esconda o que somos verdadeiramente. Debeis, frágeis, Humanos. São 4 horas e não consigo dormir. Na minha cabeça embatem mil pensamentos uns contra os outros. Sinto agulhas cravadas no peito, a sugarem-me tudo que de bom eu tenho, e sinto coisas más agora. Doi Tanto! Sinto-me a ruír, a partir-me em milhões de pedaços, e os pedaços em pedacinhos, e estes em infinitas particulas que se espalham pelo chão. Tão desgastado, tão perdido. é duro perder alguém de quem se ama. Saber que.. não vou mais ver aquele sorriso, ter aquele abraço ou ouvir aquelas palavras sábias conhecedoras da vida, amigas. Apenas em memórias, em pensamentos, recordações daquilo que foste para mim e que me deste. No meu peito aquilo que continuarás a ser para sempre. A falta que me fazes é tanta, que a saudade palavra tão portuguesa, faz agora mais sentido que outrora. Trago-te comigo todos os dias, em meu peito, em minha memória, as recordações essas não morrem. Amo-te avó. Descansa. Um dia irei ter contigo e dar-te-ei de novo aquele abraço.



05-05-2009

" Talvez pudesse o tempo parar/Quando tudo em nós de precipita/ Quando a vida nos desgarra os sentidos/E não espera, ai quem dera/Houvesse um canto pra se ficar Longe da guerra feroz que nos domina/Se o amor fosse um lugar a salvo/Sem medos, sem fragilidade/Tão bom pudesse o tempo parar/E voltar-se a preencher o vazio/É tão duro/aprender que na vida/Nada se repete, nada se promete/E é tudo tão fugaz e tão breve/Tão bom pudesse o tempo parar/E encharcar-me de azul e de longe/Acalmar a raiva aflita da vertigem/Sentir o teu braço e poder ficar..."

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